A greve dos cem dias
Por Arthur Faria Ribeiro
          Em relação à greve dos professores estaduais de Minas Gerais, que se encerrou após 112 dias de epopeia, pode-se afirmar que foi um absurdo o que aconteceu do ponto de vista das medidas tomadas pelo Governo do Estado.
          Minas, até então, era o Estado que pagava o menor piso salarial para o professor da rede estadual da federação brasileira (R$369,89). Ora, mas não temos, segundo pesquisas, a melhor educação do Brasil? A principal reivindicação dos professores era pela implementação do piso, aprovado por lei federal, que, de fato, é mais que o triplo do que estavam pagando em Minas. Durante as negociações, o Governo propôs mudanças, que alterariam muito os direitos adquiridos pelos professores, tais como: os professores que ingressarem nas escolas estaduais no próximo ano, terão os mesmos direitos que os professores veteranos; o educador não terá mais direito a férias prêmio (três meses de folga para cada cinco anos trabalhados pela rede estadual); extinção do biênio, bonificação de 5% de aumento do salário, em função do tempo de trabalho.
          Os educadores Marilda de Abreu Araújo e Abdon Geraldo Guimarães passaram nove dias em greve de fome, até que o senhor governador decidiu pagar o piso federal aos professores das escolas estaduais do terceiro maior estado do Brasil.
          Segundo Beatriz Cerqueira (profissional da educação em Minas), o governador alegou que a Secretária de Estado e Planejamento, Renata Vilena, e a secretária de Estado da Educação, Ana Lúcia Gazola, não estavam intermediando as negociações com os professores. Renata Vilena foi acusada e serviu de bode expiatório por ser responsável por essa “confusão” e deve ser restituída do cargo, o que ainda não aconteceu. Sem muitas opções, Anastasia, enfim, teve que admitir que não paga o piso federal aos educadores e alega que só pagará o novo piso (R$1.187,08) no ano que vem, devido à lei que vigora em Minas até então. “Essa é uma das consequências do modelo de gestão iniciado por Aécio Neves e que permanece com Anastasia.”, afirma Carlos Rocha, colunista do jornal BRASIL DE FATO.
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