quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Literatura e Humor

Re-ligações por sinais

De manhã acordo com as badaladas de sinos
Será uma torre a despertar devaneios londrinos
Com seu sino percutido num horário britânico
Ou a comunicação barroca na linguagem dos anjos?

Ao sair de casa, rumando ao tempo porvir,
Ouço umas sublimes sinfonias inefáveis a tocar
São os sinais de antiqüíssimas igrejas que ali
Guardam resquícios épicos de sinos que continuam a cantar

Pelo caminho atravesso inúmeras pontes que, sob suas abóbadas
Escondem quilos e quilos de pepitas de ouro
Ligando as margens dos tempos mais remotos da história
Aos mais importantes acontecimentos vindouros

Tempos que me vêm sempre a bater na porta
De minhas lembranças guardadas na memória
Despertada por várias lavadeiras em coro
Que cantam à beira das pontes suas tristezas e glórias

No fim da tarde, novamente, os sinos tocam para anunciar
Na mais singela de suas benevolências
Desde a morte de um plebeu que eternamente se calará
Até a alegria de reis felizes pelo seu filho em nascença

De noite, sonhando, regozijo de uma nostalgia sem fim
Referente aos tempos, antigos ou futuros, que não cheguei a viver
Mas que, através de re-ligações por sinais, descrevem a mim
Um amor, que na história de minha amada pátria, sempre há de crescer.

Nitai Goura de Souza Perroni

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