Sobre a Greve dos Docentes
Muito bem, o que vinha cheirando mal no setor da educação em Brasília agora está um futum
insuportável. No último dia 17 de maio, docentes das Universidades
Federais de todo o Brasil, apoiados pelos alunos, começaram a
deflagração da greve por tempo indeterminado.
Qual a justificativa para tal ato? Pois bem, de enumerações, as redes sociais estão cheias.
Basta correr os olhos também nos maiores sites de notícias do país e verá que o bicho tá pegando, ainda que na mídia televisiva, as notícias não estejam chegando com a mesma velocidade e realismo, como era de se esperar.
Mas o intuito aqui é o seguinte: “vamos por partes” - (como diria o estripador).
- O Ministério da Educação e o do Planejamento não estão dispostos a negociar. A proposta apresentada nessa terça-feira, 15, pela Secretaria de Relações do Trabalho, do Ministério do Planejamento (SRT/MP), não traz novidades perante o que foi proposto em 2011.
- A frustração do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) com relação, não só ao descaso do governo com a categoria, mas também com relação à precarização do Ensino Superior Público, parece estar chegando ao limite, o que reflete um temor de privatização das Universidades e a real mobilização dos alunos e do sindicato.
- No site do ANDES-SN foi publicado o seguinte: “A presidente do ANDES-SN lembrou que a categoria está sendo corajosa em enfrentar um governo que vem tentando impor a lógica gerencial do Estado contra a autonomia universitária. “E a nossa categoria, para eles, precisa ser enquadrada, já que somos um dos poucos a questionar esse modelo”, afirmou. “Vamos enfrentar um governo duro, intransigente e autoritário, mas não tínhamos escolha”, acrescentou a presidente”.
É
isso mesmo! Neoliberalismo que nada! A quantidade de instituições que
já aderiram à greve dos professores, apoiada em sua maioria pelos
discentes, comprova a postura ruim que o governo Dilma tenta impor aos
brasileiros.
As
universidades que até as 17:00h do dia 18, segundo um levantamento do
Comando Nacional de Greve (CNG), já estavam em greve por tempo
indeterminado são:
1. Universidade Federal do Amazonas (ADUA)
2. Universidade Federal de Roraima (SESDUF-RR)
3. Universidade Federal Rural do Amazonas (ADUFRA)
4. Universidade Federal do Pará /Central (ADUFPA)
5. Universidade Federal do Pará /Marabá (SINDUFPA-MAR)
6. Universidade Federal do Oeste do Pará (SINDUFOPA)
7. Universidade Federal do Amapá (SINDUNIFAP)
8. Universidade Federal do Maranhão (APRUMA)
9. Universidade Federal do Piauí (ADUFPI)
10. Universidade Federal do Semiárido (Mossoró) (ADUFESA)
11. Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB)
12. Universidade Federal de Campina Grande / Patos (ADUFCG-PATOS)
13. Universidade Federal da Campina Grande / Cajazeiras (ADUC)
14. Universidade Federal de Campina Grande (ADUFCG)
15. Universidade Federal Rural de Pernambuco (ADUFERPE)
16. Universidade Federal de Alagoas (ADUFAL)
17. Universidade Federal de Sergipe (ADUFS)
18. Universidade Federal do Triângulo Mineiro (ADFMTM)
19. Universidade Federal de Uberlândia (ADUFU)
20. Universidade Federal de Viçosa (ASPUV)
21. Universidade Federal de Lavras (ADUFLA)
22. Universidade Federal de Ouro Preto (ADUFOP)
23. Universidade Federal de São João Del Rey (ADFUNREI)
24. Universidade Federal do Espírito Santo (ADUFES)
25. Universidade Federal do Paraná (APUFPR)
26. Universidade Federal do Rio Grande (APROFURG)
27. Universidade Federal do Mato Grosso (ADUFMAT)
28. Universidade Federal do Mato Grosso / Rondonópolis (ADUFMAT-ROO)
29. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ADUR-RJ)
30. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (SINDFAFEID)
31. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (SINDUTF-PR)
32. Instituto Federal do Piauí (SINDCEFET-PI)
33. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (SINDCEFET-MG)
Também
é importante saber que na quinta-feira, 17 de maio, estudantes de todo
país saíram às ruas para fazer suas manifestações e reivindicações. Foi
protesto para tudo quanto é lado.
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Estudantes, Professores e Técnicos Administrativos em Educação da UFOP realizaram um ato público no centro histórico de Ouro Preto para marcar o início da Greve Nacional das Universidades Federais. |
Por aqui, em Mariana e Ouro Preto, o lema era “Polícia é pra ladrão,
pra estudante não! Luto pela Educação!”. Reunidos na praça Tiradentes-
O.P, centenas de estudantes e dezenas de professores caminharam em
direção à reitoria para ocupação do espaço. Assim que entraram no
prédio, o Vice-reitor Prof. Dr. Antenor Rodrigues Barbosa Júnior, se
pronunciou a favor do movimento e declarou estar ao lado dos grevistas
nessa jornada.
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Barulho, cartazes e reivindicações em frente a Reitoria da UFOP |
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Marcha pela Educação |
Parece
que até então o clima não havia sido tão sério e “de responsa” como se
sente agora, em 2012. A ideia de que é preciso uma reforma urgente na
Educação do Brasil está, mais do que nunca, no ar, e parece que os
ânimos estão à flor da pele. Alguma coisa tem estimulado a população
estudantil a divulgar e a comentar sobre o assunto. Por outro lado,
ainda existem docentes querendo dar aulas e alunos pensando que serão
prejudicados por falta de aulas. Nisso é plausível lançar uma pergunta:
Será
possível que, nos próximos anos, o sistema educacional brasileiro mude e
atenda às verdadeiras necessidades de uma nação que se diz unida?
Nathalia Kammer