Uma troca de afetos que ficará na memória
No dia 04 de maio de 2012, passei por uma experiência inesquecível, um encontro com Hebe Rôla, uma ilustre cidadã marianense, considerada um ícone na cultura e na história local.
A palestra teve como tema “A linguagem dos sinos”, assunto do qual eu não tinha nenhum conhecimento prévio. Imaginando que a palestra seria chata e cansativa, surpreendi-me, pois foi, de longe, a melhor da qual eu já participei.
Produtora Agueda, Dona Hebe e Profa. Simone Mendes |
Segundo Dona Hebe, sino significa um instrumento de percussão como qualquer outro. Sua forma assemelha-se a uma taça invertida, a espessura do badalo e da borda do sino é o que irá determinar o tipo de sonoridade (grave ou agudo). Ela também afirma que os tipos de material utilizado, como bronze, cerâmica, argila, também interferem no som produzido por esse instrumento.
Coleção de sinos de Dona Hebe |
Os sinos surgiram na Ásia, no século IX A.C. No Brasil, ele chegou através dos colonizadores que tinham uma estreita relação com a igreja. A função do sino nessa época era, dentre outras coisas, chamar as pessoas para as rezas, para a escola e para as festas. Atualmente, ele ainda mantém vivo duas de suas principais funções: chorar pelos mortos e chamar os fiéis para a missa.
Coleção de sinos de Dona Hebe |
Dona Hebe contou ainda que, para benzer um sino, era exigida a presença de um bispo ou do Papa, que lavavam os sinos com água benta até que ficassem limpos, depois besuntavam-os com os “santos óleos” da estrema unção.
A palestra me acrescentou um enorme grau de cultura e conhecimento, por isso sou eternamente grato a minha nova idolatriz: Dona Hebe Rôla.
Eleomar Marcos Vital da Silva