E os 10% para educação?
A meritocracia desqualificada.
Por: Luiz Thomaz Nunes
Levantemos as mãos para o alto e oremos. Assim dizia um sábio qualquer: “o maior cego é aquele que não quer ver.”. Oremos para que o Brasil enxergue, sobretudo,
a realidade que nos cerca, a ilusão que é o Ensino Superior Público.
Hoje em dia é muito comum pessoas vincularem Ensino Superior de
qualidade às universidades publicas. O governo diz: “educação de qualidade é um direito de todos” e, com o intuito de
preservar o belo lado filantrópico nacional que, com o pagamento de impostos
não faz nada mais que sua obrigação, cria um programa de expansão para o número de vagas nas Universidades Federais
de ensino, cujo nome não pode ser pronunciado em vão.
O número de vagas aumenta, a demanda aumenta, o custo aumenta, mas e os
professores? Permanecem os mesmos. Meia dúzia de gatos pingados que, se portam muitas vezes como heróis. Suportam a
carga diária de trabalho atuando como pesquisadores, orientadores e professores.
É claro que, sob a luz de um olhar econômico, muitos diriam que recebem bem e
não fazem mais do que coisas relativas à profissão escolhida. Entretanto, não
vejo nada de tão excepcional em um Doutor, que estudou vinte anos para chegar onde
está, ganhar um salário relativamente bom, enquanto há em Brasília, políticos
que recebem o dobro para fazer nada e alguns sequer concluíram normalmente o Ensino
Médio.
Deixando de lado a parcialidade, não são apenas os problemas sobre
carreira e carga de trabalho docente que estão em jogo, também há problemas que,
com o mínimo de esforço, poderiam ser solucionados a muito curto prazo. Entretanto,
como nem tudo que reluz é ouro,
podemos supor que, no Brasil, as coisas nunca são tão simples quanto parecem.
Várias universidades e institutos sofrem de problemas que a cada dia dificultam
o desenvolvimento e a atuação de todos – alunos, professores e técnicos-.
Não precisamos ir tão longe para vivenciar tal precariedade e
negligência. Basta irmos ao ICSA (Instituto de Ciências Sociais Aplicadas –
UFOP/Mariana) para nos depararmos com o problema da falta de água potável nos
bebedouros.
Por esses e tantos outros
problemas já citados incansavelmente por toda população nas redes sociais, hoje,
dia 05 de junho de 2012 alunos e professores de várias Universidades e
Institutos Federais foram a Brasília, na Marcha
pela Educação, com o intuito de reivindicar suas causas que, sobretudo, dizem
respeito aos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação – que engloba o
ensino em todos os âmbitos e etapas de desenvolvimento da criança e do
adolescente-, reestruturação da carreira docente e melhores condições de trabalho
nos Institutos Federais.
A estimativa era de que
participassem mais de 30 mil pessoas, entretanto, a contagem foi de
aproximadamente 15 mil, segundo notícias fresquinhas. Estão errados os que acham
que as reivindicações dizem respeito apenas aos estudantes e trabalhadores das
instituições, pois a educação diz respeito a todo e qualquer cidadão, de
maneira geral, sem exceção. Por isso,
cidadãos, vamos à luta! Onde estão os 10% do PIB destinados à educação? E a
copa do mundo? Enquanto eles te exploram você grita gol? Está na hora de
desligar a televisão e abrir a cabeça pois a copa do mundo não beneficia
ninguém, não precisamos fazer bonito lá fora, precisamos é de um ensino de qualidade, que beneficie a
todos os brasileiros.
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Fonte: https://www.facebook.com/groups/greve12/ |